sábado, 15 de janeiro de 2011

Obra-Prima: Jurassic Park/ O Parque dos Dinossauros

"Michael Crichton é um virtuoso". Foi assim que o New York Times descreveu o renomado escritor e roteirista americano após a publicação póstuma de sua última obra "Latitudes Piratas"( do original "Pirate Latitudes"). O autor criou a série Plantão Médico (do original, "E.R") e foi responsável por diversos títulos literários de renome como "Assédio Sexual", "Devoradores de Mortos" e "Sol Nascente". Sugiro a todo aquele que se interessa por leitura que pesquise e debulhe a bibliografia desse cara, ele é uma das mentes mais brilhantes que tivemos recentemente.

Sua genialidade, entretanto, foi encerrada em 2008 (R.I.P), mas não antes de ele deixar a nós um de seus legados mais impressionantes: O Parque dos Dinossauros.

A magia do livro e o universo fantástico tecido por Crichton chamou a atenção de ninguém menos que Steven Spielberg, transportando o thriller jurássico para as telonas. O resultado não poderia ter sido mais positivo. Em 1993, "Jurassic Park" arrebatou os cinemas de todo o mundo e com uma arrecadação beirando os 920 milhões de dólares, se tornou o filme de maior bilheteria da história até então ( sendo posteriormente superado por Titanic, de James Cameron).

Os efeitos especiais magníficos que deram vida aos dinossauros são impressionantes até hoje, a animação foi muito bem concebida e utilizada de maneira exepcional. Outro aspecto marcante foi a belíssima trilha sonora de John Williams( o mesmo que fez "Star Wars" e a saga "Harry Potter") que embalou as aventuras jurássicas com uma maestria invejável. Até hoje é impossível não se arrepiar ao escutar a melodia agradável que cresce à medida que a ação se desenrola ou quando os sobreviventes do Parque estão saindo de helicóptero e o som é ligeiramente mais suave.

Tanto o livro quanto o filme se complementam perfeitamente. Este último, por ter de ser mais compacto, exclui alguns detalhes importantes do material original, mas o roteiro do próprio Michael Crichton em parceria com David Koepp, condensa perfeitamente o enredo e o expõe da maneira mais agradável ao telespectador possível. A obra literária, obviamente, contém mais minúcias e é repleta de seguimentos interessantes. A filosofia que o autor tentou passar, no entanto, permanece intacta em ambas as produções e é de uma sutileza e sagacidade ímpar ( Claro, que você vai ter que ler/assistir para saber!!! )

O portal Cinema com Rapadura ( www.cinemacomrapadura.br) fez um podcast emocionante sobre o trabalho audiovisual que vale a pena dar uma conferida ( clique aqui para escutar).

"Jurassic Park" é um daqueles títulos para ficarem marcados na história e influenciarem gerações e gerações de escritores e cineastas. Sua concepção, da maneira mais pura possível, foi, e ainda é, brilhante.

Um texto assim apaixonado tende a ser extremamente arbitrário... e realmente é. Não tenho problemas em admitir isso. A obra como um todo sempre me fascinou e não havia outra maneira de externar isso que não e uma redação cheia de adjetivos pomposos ( do jeitinho que os jornalistas gostam... NOT). Esse é um post cheio de intensidade. Todos temos nossos ídolos, coisas de que somos fãs, e Jurassic Park é apenas mais um exemplo. Fiquem aí com o trailer que foi veiculado na época de lançamento do filme.


"... Welcome to Jurassic Park..."
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PS: Não citei as continuações do longa-metragem propositalmente =).

domingo, 5 de dezembro de 2010

Perfil: O Velho Bira

O Velho Bira sabe ler, e muito bem, obrigado.


Toda vez que eu conto uma história, dizem que sai diferente da outra vez que eu contei”. Com esses dizeres icônicos, Seu José Bonfim, O Velho Bira, como é conhecido, deu início à primeira conversa que tivemos sobre sua vida.



Antes de qualquer coisa, é importante contextualizar a aparição e teor das palavras do Velho Bira. Após enfrentar algumas horas de trânsito intenso dentro de um dos desconfortáveis microônibus de Brasília, os chamados “zebrinhas”, desci na parada da quadra 302 sul. Em meu caminho para o trabalho, vi apenas de relance, mas foi o suficiente para atrair minha atenção e me fazer ficar estático encarando a cena. Um mendigo, de barbas e cabelos muito brancos e longos, com trapos servindo de vestimenta e um chinelo velho calçado nos pés imundos, lia calmamente, sentado em cima de uma caixa de madeira, o jornal do dia. Todos os filtros de preconceito que o senso comum acaba erguendo em nossa mente foram ativados e, após alguns segundos, derrubados como uma fileira de peças de dominó: um atrás do outro. Pensei em me aproximar, mas a última barreira no meu cérebro, a do receio, manteve-se firme e forte, apesar de minhas tentativas em burlá-la. Continuei meu caminho e deixei para lá.



À noite, descobri que não conseguia tirar a história da cabeça.