domingo, 3 de julho de 2011

Diário de Bordo (parte V)

São mais de 1 da manhã, quer dizer, bem mais. Quase 2. O sono começa a aparecer e a disposição começa a sumir. Hoje foi um dia muito bom. Teve kart, um bom jantar, narguilé e até conversas produtivas. Não tenho do que reclamar. Estou sozinho em casa, não a minha, a da minha tia. Dois andares e um quintal com piscina à minha disposição. Parece muito, e realmente é, mas tudo o que eu precisava era um cômodo com uma cama gostosa, conexão com a internet e uma TV decente. É exatamente onde estou no momento. Chris Rock fala raivosamente na tela e, nos intervalos, eu completo essas linhas. Parece-me bem razoável.

Vegas nunca esteve tão radiante, literalmente. O Sol brilha como nunca e as temperaturas estão cada vez mais elevadas a cada dia. O ar-condicionado é um salvador de almas e a secura, pelo que me disseram, é boa para os cabelos. Não que eu me importe, mas é uma vantagem. Minha pele, no entanto, não parece na mesma sintonia. Está toda rachada e meio esbranquiçada. Não, não é ‘pano branco’, apenas secura excessiva. Sinto que vou começar a quebrar e largar uns pedaços por aí, isso seria tenebroso. Minha escamosidade, porém, em nada me atrapalha e acho que é um problema estético com o qual eu posso conviver perfeitamente. Vegas nunca esteve tão radiante e agora é de noite. Essas luzes dos cassinos e hotéis são realmente fortes.

Estando sozinho e tendo de agir por conta própria, fiz uma coisa que eu sempre soube que teria que fazer, mais cedo ou mais tarde, para garantir minha própria sobrevivência: cozinhar. Essa coisa tão básica e primária que aparentemente todo mundo consegue fazer melhor do que eu. Grelhei um frango e temperei uma salada como ninguém. Por uns 30 segundos encarnei um chefe de cozinha, fui possuído por Gordon Ramsay ou George Foreman, se preferir. O feito foi tão incrível (para mim) que fiz questão que todos com que tive algum contato ficassem sabendo. Minha namorada foi a menos cética nos comentários. Ela tentou demonstrar um entusiasmo tão genuíno que acho que a amei mais um pouquinho por causa disso.

A semana passou voando. Cá estou eu ao lado dos 2 cães (que eu banhei recentemente) estirado na cama com o netbook ao alcance. É uma madrugada de domingo e, se eu for parar pra pensar, desde minha chegada de San Francisco, na terça, bastante coisa aconteceu. Dentro e fora dos EUA. O São Paulo perdeu novamente, dessa vez para o Botafogo, para meu mais profundo desgosto; Minha tia adquiriu uma vitrola (que eu pensei ser um gramofone e, antes, estava chamando de ‘tocador de vinil’) e passamos bem uns dois dias enchendo a cara e escutando clássicos como Billy Joel e Pink Floyd. Um verdadeiro deleite noturno. Houve algumas comemorações na piscina e eu ganhei presentes. Tudo certo. Provavelmente eu estarei na Disney ou em algum lugar próximo na semana que vem. É o sonho de toda criança. Apesar de eu possuir um lado nostálgico (não chamarei de infantil) bastante acentuado, eu estou mais empolgado pela viagem e companhia em si do que pela oportunidade de tirar uma foto do lado do Pateta ou qualquer coisa assim. It keeps gettin’ better and better e minha alegria está a níveis elevadíssimos. O Chris Rock voltou a falar, melhor encerrar aqui.

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